O Mundo de Hoje
É triste olhar-se para uma televisão e sermos confrontados com a brutalidade das últimas notícias; primeiro um ferry boat que naufraga e leva consigo mais de 1000 vidas, depois o problema do Irão e das pesquisas nucleares e, por fim, o caso das caricaturas de Maomé.
Apesar de, até agora, ser o mais dramático nada há dizer em relação à primeira situação senão lamentar o sucedido e pedir a quem é responsável em Portugal que olhe para estes casos e veja o estado em que andam autocarros e camiões que circulam nas estradas portuguesas - são verdadeiras sucatas, é o chamado lixo da Europa, e tudo por causa de um imposto absurdo que nos obriga a comprar carros muito mais caros do que na maioria dos países europeus, onde, lembremo-nos, os salários são bem mais altos que os nossos.
No que respeita aos outros dois problemas vou deixar aqui algumas ideias que gostava de partilhar com os meus possíveis leitores.
O Irão é, queira-se ou não, um país igual aos outros, portanto, tem tanto o direito de pesquisar energia nuclear como os EUA ou a Coreia do Norte ou a Índia ou a França,...
Vamo-nos apercebendo lentamente que as grandes guerras hoje são despoletadas por questões energéticas, veja-se o que se passa entre a Rússia e as suas ex-repúblicas no que diz respeito ao gás natural; veja-se o que aconteceu no Iraque por causa do petróleo e, vá lá, das armas de destruição massiça que nunca apareceram.
Hoje em dia é muito importante para um país ter o controlo directo sobre a energia que consome, não estar dependente, energeticamente falando, de países terceiros. Pena é que Portugal também não entre nesta corrida, como pretende Patrick Monteiro de Barros e construa uma central nuclear.
E se isto acontecer! Também nos vão ameaçar com sanções?
Que moral têm países com armas nucleares e grande investigação nessa área para impedir um outro Estado de fazer o mesmo? Que eu saiba, os EUA nunca foram inspeccionados pela ONU para que se soubesse qual é realmente o seu arsenal nuclear!
Aliás, diga-se, que se há país do qual devemos temer o uso de armas nucleares é dos EUA, uma vez que foram eles, até hoje os único a usá-las!
As caricaturas da discórdia, que oportunamente serão publicadas neste blog, demonstram o quão diferentes são as duas civilizações que se defrontam.
Por um lado, os relativistas do mundo ocidental e, por outro, os fundamentalistas árabes. Com este enorme abismo a separá-los é normal que estas duas culturas nunca se entendam.
Se se fizessem caricaturas sobre Deus talvez a malta do Vaticano dissesse qualquer coisa e meia dúzia de católicos mais aguerridos viessem para a rua refilar, o resto dos católicos encararia a coisa com alguma relatividade, dizendo, quando muito, "perdoa-os Senhor, porque não sabem o que fazem!" ou, o que seria mais provável, uma vez que poucos católicos conhecem textos bíblicos, "é preciso ver que há gente que não acredita, portanto, temos de admitir este tipo de comportamentos. Isto é normal numa sociedade multicultural. Blá, blá, blá,...".
Ora isto é impensável numa cultura como a árabe, onde a religião é um dos pontos centrais da vida. Qualquer ameaça ou desrespeito ao nome de Maomé e é o "fim da picada"! Lembremo-nos o que aconteceu com Salman Ruchdie e os seus "Versículos Satânicos"...
Como podemos ver, por causa de umas caricaturas, já arderam embaixadas, já houve retaliações (por incrivel que pareça de carácter económico - boicote aos produtos de países da Europa do Norte) e muito ainda há-de vir.
Agora, verdade seja dita, qualquer uma destas posturas é de repudiar!
Por um lado, a publicação daquele tipo de cartoons só mostra o desrespeito e a ignorância dos ocidentais pelo mundo árabe, pois nem sequer pensaram nas consequências que isso poderia ter, e muito menos pensaram que estavam a abusar da sua liberdade de imprensa.
Por outro lado, é incompreensível que os governos dos países árabes actuem de forma tão "leve" contra os agitadores que andam nas ruas a queimar bandeira e a provocar todo o tipo de disturbios.
Como dizia D. Januário Torgal Ferreira, talvez os árabes devessem parar para pensar no porquê daquelas caricaturas. E talvez cheguem à conclusão de que elas apenas resultam da visão que os ocidentais têm deles: uma visão que, em parte e infelizmente, até corresponde à verdade. São eles que matam inocentes em nome de Deus!
Por outro lado, é também importante que estas reacções sirvam para aprendermos a olharmos os árabes sem desconfianças. Se é certo que há aqueles que põem bombas e são terroristas, a verdade é que a maioria, aparentemente, não se revê neles.
Era bom que conseguissemos fazer uma mistura das qualidades destas duas culturas, por um lado deixar de relativizar tanto as coisas como fazem os ocidentais e pensar que, se calhar, existem mesmo princípios básicos que não podem nem devem ser questionados; por outro, incutir um pouco de "suavidade" à forma como os árabes encaram a religião.
Talvez assim nada disto acontecesse e, se calhar, muitas guerras e conflitos terminariam...
Apesar de, até agora, ser o mais dramático nada há dizer em relação à primeira situação senão lamentar o sucedido e pedir a quem é responsável em Portugal que olhe para estes casos e veja o estado em que andam autocarros e camiões que circulam nas estradas portuguesas - são verdadeiras sucatas, é o chamado lixo da Europa, e tudo por causa de um imposto absurdo que nos obriga a comprar carros muito mais caros do que na maioria dos países europeus, onde, lembremo-nos, os salários são bem mais altos que os nossos.
No que respeita aos outros dois problemas vou deixar aqui algumas ideias que gostava de partilhar com os meus possíveis leitores.
O Irão é, queira-se ou não, um país igual aos outros, portanto, tem tanto o direito de pesquisar energia nuclear como os EUA ou a Coreia do Norte ou a Índia ou a França,...
Vamo-nos apercebendo lentamente que as grandes guerras hoje são despoletadas por questões energéticas, veja-se o que se passa entre a Rússia e as suas ex-repúblicas no que diz respeito ao gás natural; veja-se o que aconteceu no Iraque por causa do petróleo e, vá lá, das armas de destruição massiça que nunca apareceram.
Hoje em dia é muito importante para um país ter o controlo directo sobre a energia que consome, não estar dependente, energeticamente falando, de países terceiros. Pena é que Portugal também não entre nesta corrida, como pretende Patrick Monteiro de Barros e construa uma central nuclear.
E se isto acontecer! Também nos vão ameaçar com sanções?
Que moral têm países com armas nucleares e grande investigação nessa área para impedir um outro Estado de fazer o mesmo? Que eu saiba, os EUA nunca foram inspeccionados pela ONU para que se soubesse qual é realmente o seu arsenal nuclear!
Aliás, diga-se, que se há país do qual devemos temer o uso de armas nucleares é dos EUA, uma vez que foram eles, até hoje os único a usá-las!
As caricaturas da discórdia, que oportunamente serão publicadas neste blog, demonstram o quão diferentes são as duas civilizações que se defrontam.
Por um lado, os relativistas do mundo ocidental e, por outro, os fundamentalistas árabes. Com este enorme abismo a separá-los é normal que estas duas culturas nunca se entendam.
Se se fizessem caricaturas sobre Deus talvez a malta do Vaticano dissesse qualquer coisa e meia dúzia de católicos mais aguerridos viessem para a rua refilar, o resto dos católicos encararia a coisa com alguma relatividade, dizendo, quando muito, "perdoa-os Senhor, porque não sabem o que fazem!" ou, o que seria mais provável, uma vez que poucos católicos conhecem textos bíblicos, "é preciso ver que há gente que não acredita, portanto, temos de admitir este tipo de comportamentos. Isto é normal numa sociedade multicultural. Blá, blá, blá,...".
Ora isto é impensável numa cultura como a árabe, onde a religião é um dos pontos centrais da vida. Qualquer ameaça ou desrespeito ao nome de Maomé e é o "fim da picada"! Lembremo-nos o que aconteceu com Salman Ruchdie e os seus "Versículos Satânicos"...
Como podemos ver, por causa de umas caricaturas, já arderam embaixadas, já houve retaliações (por incrivel que pareça de carácter económico - boicote aos produtos de países da Europa do Norte) e muito ainda há-de vir.
Agora, verdade seja dita, qualquer uma destas posturas é de repudiar!
Por um lado, a publicação daquele tipo de cartoons só mostra o desrespeito e a ignorância dos ocidentais pelo mundo árabe, pois nem sequer pensaram nas consequências que isso poderia ter, e muito menos pensaram que estavam a abusar da sua liberdade de imprensa.
Por outro lado, é incompreensível que os governos dos países árabes actuem de forma tão "leve" contra os agitadores que andam nas ruas a queimar bandeira e a provocar todo o tipo de disturbios.
Como dizia D. Januário Torgal Ferreira, talvez os árabes devessem parar para pensar no porquê daquelas caricaturas. E talvez cheguem à conclusão de que elas apenas resultam da visão que os ocidentais têm deles: uma visão que, em parte e infelizmente, até corresponde à verdade. São eles que matam inocentes em nome de Deus!
Por outro lado, é também importante que estas reacções sirvam para aprendermos a olharmos os árabes sem desconfianças. Se é certo que há aqueles que põem bombas e são terroristas, a verdade é que a maioria, aparentemente, não se revê neles.
Era bom que conseguissemos fazer uma mistura das qualidades destas duas culturas, por um lado deixar de relativizar tanto as coisas como fazem os ocidentais e pensar que, se calhar, existem mesmo princípios básicos que não podem nem devem ser questionados; por outro, incutir um pouco de "suavidade" à forma como os árabes encaram a religião.
Talvez assim nada disto acontecesse e, se calhar, muitas guerras e conflitos terminariam...
1 Comments:
Ninguém se lembra da confusão que foi gerada em torno da célebre caricatura do Papa João Paulo II com um preservativo no nariz????
É que, com as devidas diferenças, não me lembro que tenha sido pacífica...
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