O meu comentário
Cavaco ganhou! Viva Cavaco! (recordando o clássico: Le roi est mort! Vive le roi!)
Depois de uma noite animada, em que a miragem dos 49,99% e de uma segunda volta Cavaco-Alegre andou perto, os resultados finais são como o algodão, não enganam!
O candidato Tabu foi eleito por 50,6% dos votos, de acordo com os dados oficiais do STAPE.
Tal facto obriga-nos a três conclusões:
1. a vitória não foi fácil, ao contrário do que faziam prever as sondagens ao longo da campanha e os resultados apontados ao inicio da noite - 56%;
2. apesar do seu silêncio sobre tudo (incluindo pormenores sem importância como o autor do livro que anda a ler) - para não se mostrar, nem revelar que é de facto um tipo incompleto e limitado - Cavaco continua a ser uma pessoa que não gera consensos. Tenho para mim que, aliás, é uma pessoa que causa grande animosidade a quase metade dos portugueses (os portugueses que não votaram nele não foi só porque acharam que os outros eram melhores mas porque não gostam de Cavaco e nunca votariam nele);
3. que o eleitorado de direita é o eleitorado rural, do interior do país, portanto aquele que é mais susceptível de ser instrumentalizado (à medida que se foram apurando as freguesias urbanas, o passeio de Cavaco transformou-se numa queda que quase o levou o a uma segunda volta).
Ao fim de trinta anos de democracia temos, pela primeira vez, um presidente de direita, o que corresponde, sem margem para dúvidas a um retrocesso civilizacional. Basta olhar para o mundo e ver onde é que há historicamente presidentes de direita - América Latina e África, portanto países que não primam propriamente pela democracia nem pelos direitos dos cidadãos. No entanto, hoje, na América Latina esta situação está a mudar, basta olhar para os novos presidentes eleitos no Chile e na Bolívia.
Mas nem tudo foi mau esta noite.
Manuel Alegre teve um resultado excelente. Uma candidatura de cidadania, como se lhe chamou, conseguiu mais votos do que três candidaturas partidárias e quase que levou uma quarta à segunda volta.
Parece-nos que este facto deve servir de base a uma reflexão dentro dos partidos.
Não estará na hora de correr com os aparelhos instalados e corrompidos e dar novamente voz aos cidadãos?
Digno de nota foi ainda o discurso de Mário Soares; um bom discurso que, de certa forma, suavizou a derrota de uma figura histórica do país naquele que foi, certamente, o seu último acto na política activa e como candidato a um órgão político.
Pela negativa pautou-se a actuação de José Sócrates que, por coincidência ou não, discursou "em cima" de Manuel Alegre. Nota negativa (tipo Marcelo) merecem também alguns comentários de dirigentes socialistas que, de forma mais ou menos directa, responsabilizaram Manuel Alegre pelo resultado. TENHAM VERGONHA!!
Resta-nos agora esperar que Cavaco não venha dar razão a quem dele diz mal e rezar para que, daqui a cinco anos, tenhamos novamente uma noite histórica, onde, pela primeira vez, um candidato não seja reeleito para um segundo mandato.
Depois de uma noite animada, em que a miragem dos 49,99% e de uma segunda volta Cavaco-Alegre andou perto, os resultados finais são como o algodão, não enganam!
O candidato Tabu foi eleito por 50,6% dos votos, de acordo com os dados oficiais do STAPE.
Tal facto obriga-nos a três conclusões:
1. a vitória não foi fácil, ao contrário do que faziam prever as sondagens ao longo da campanha e os resultados apontados ao inicio da noite - 56%;
2. apesar do seu silêncio sobre tudo (incluindo pormenores sem importância como o autor do livro que anda a ler) - para não se mostrar, nem revelar que é de facto um tipo incompleto e limitado - Cavaco continua a ser uma pessoa que não gera consensos. Tenho para mim que, aliás, é uma pessoa que causa grande animosidade a quase metade dos portugueses (os portugueses que não votaram nele não foi só porque acharam que os outros eram melhores mas porque não gostam de Cavaco e nunca votariam nele);
3. que o eleitorado de direita é o eleitorado rural, do interior do país, portanto aquele que é mais susceptível de ser instrumentalizado (à medida que se foram apurando as freguesias urbanas, o passeio de Cavaco transformou-se numa queda que quase o levou o a uma segunda volta).
Ao fim de trinta anos de democracia temos, pela primeira vez, um presidente de direita, o que corresponde, sem margem para dúvidas a um retrocesso civilizacional. Basta olhar para o mundo e ver onde é que há historicamente presidentes de direita - América Latina e África, portanto países que não primam propriamente pela democracia nem pelos direitos dos cidadãos. No entanto, hoje, na América Latina esta situação está a mudar, basta olhar para os novos presidentes eleitos no Chile e na Bolívia.
Mas nem tudo foi mau esta noite.
Manuel Alegre teve um resultado excelente. Uma candidatura de cidadania, como se lhe chamou, conseguiu mais votos do que três candidaturas partidárias e quase que levou uma quarta à segunda volta.
Parece-nos que este facto deve servir de base a uma reflexão dentro dos partidos.
Não estará na hora de correr com os aparelhos instalados e corrompidos e dar novamente voz aos cidadãos?
Digno de nota foi ainda o discurso de Mário Soares; um bom discurso que, de certa forma, suavizou a derrota de uma figura histórica do país naquele que foi, certamente, o seu último acto na política activa e como candidato a um órgão político.
Pela negativa pautou-se a actuação de José Sócrates que, por coincidência ou não, discursou "em cima" de Manuel Alegre. Nota negativa (tipo Marcelo) merecem também alguns comentários de dirigentes socialistas que, de forma mais ou menos directa, responsabilizaram Manuel Alegre pelo resultado. TENHAM VERGONHA!!
Resta-nos agora esperar que Cavaco não venha dar razão a quem dele diz mal e rezar para que, daqui a cinco anos, tenhamos novamente uma noite histórica, onde, pela primeira vez, um candidato não seja reeleito para um segundo mandato.
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